Você sabia que...

"O ator usa a mentira para expressar a verdade. O político usa a mentira para esconder a verdade."







sábado, 14 de abril de 2012

A Maldade do Bem.


"A ajuda nem sempre é bem-vinda..."




Certa vez li um conto que me fez parar e refletir sobre alguns atos que cometemos, movidos por nossa primitiva vontade de estar quase sempre ajudando as pessoas. Diz o conto: "Uma vez um indiozinho estava sentado a beira de um lago com seu avô, um sábio xamã, observando um casulo que 'um dia fora uma lagarta', segundo dissera-lhe o avô. Todos os dias, pela manhã, os dois se dirigiam ao mesmo local, sentavam-se lado a lado e ficavam observando o curioso objeto. Certo dia, numa manhã ensolarada, o casulo começou a se mexer dando sinais de que alguma coisa estava prestes a sair de lá de dentro. O indiozinho ajeitou-se mais para perto do casulo e ficou quieto observando (admirando na verdade) aquele milagre da natureza. Um ser pequenino começou a sair de lá de dentro, lutando a cada minuto que passava para poder se libertar. Vendo todo aquele sofrimento pelo qual passava o novo ser que nascia, o indiozinho então perguntou ao avô se poderia ajudá-lo a sair dali mais rapidamente. Seu avô sorriu e disse que se aquele pequenino ser estava passando por tudo aquilo, é porque os espíritos da natureza haviam dito que teria que ser assim. Angustiado pela demora, o indiozinho então disse que iria ajudá-lo a sair dali. Ele apanhou sua pequenina faca e começou a cortar o casulo liberando a pequenina borboleta que caiu no chão ainda com as asas amarrotadas e bem fraca. O indiozinho a colocou cuidadosamente em suas mãos e juntamente com seu avô retornou a sua aldeia para cuidar da recém-nascida até que tivesse forças para seguir voando.
Dias se passaram e a nova borboleta não conseguiu desenvolver forças suficientes e nem suas asas aplainaram para que ela finalmente voasse. Então, alguns dias mais tarde, a frágil borboleta pereceu sem ter tido a chance de polinizar ou sequer por seus ovos dando continuidade a sua geração. 'Por que?', perguntou o indiozinho ao seu avô. Após um breve suspiro, o velho xamã disse que 'toda aquela força que a pequenina borboleta fazia para sair da sua prisão na verdade era uma forma que a natureza lhe dava para fortalecer os frágeis músculos de suas asas e assim ter forças para sair voando quando deixasse o casulo. E pelo tempo que levava para sair, aos poucos suas asas iam secando com o sol e ficando firmes para elevá-la quando as batesse. Quando ela foi ajudada, na verdade foi prejudicada pela interrupção de todo esse ciclo natural.'"

Muitas vezes tentamos ajudar as pessoas a vencerem seus obstáculos, achando que estamos fazendo um bem maior, quando na verdade as estamos prejudicando, tirando delas a chance de aprender com seu sofrimento. A esse ato chamo de "a maldade do bem".

Pode parecer estranho ou até mesmo uma espécie de omissão de nossa parte negar ajuda a quem parece estar precisando. Na verdade, deixar que algumas pessoas passem sozinhas por aparentes sofrimentos pessoais implicará em aprendizados importantes e um bom crescimento pessoal (experiência de vida). Não é passando a mão na cabeça ou fazendo para ela(e) o que achamos deve ser feito que a gente vai estar praticando um ato de bondade. Pode até funcionar como um alivio a nossa consciência, mas não irá passar disso. Agindo como um suposto salva-vidas, no fundo, bem lá dentro do casulo, estamos tirando a chance de deixar que essa pessoa "voe" mais levemente e torne-se mais forte com seu próprio sofrimento.   

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A Bruxa Interior de Cada Mulher

 
 
 
 

MISOGINIA: palavra que significa aversão ao feminino. 
 
BRUXA:
deriva de witch (inglês) que significa "mulher sábia", "vidente" (anglo-saxão  antigo 'wicce').
E o que essas duas palavras têm em comum?
A mulher. O feminino.


Na idade média houve uma grande perseguição principalmente contra a mulher. Mas isso não foi um mero acaso, foi um plano ardiloso criado pela "santa igreja" com um pérfido propósito: matar mulheres e outros tantos inocentes que iam ao contrário dos propósitos escusos da igreja.

Criaram-se várias leis voltadas a esse intento, sendo no Malleus Maleficarum - 1846 - (Martelo das Feiticeiras) o pior dos escritos misóginos já publicados. Ele continha leis que atacavam diretamente as mulheres e tão  somente ELAS. O Malleus foi criado para que os juízes e inquisidores se baseassem em suas diretrizes quando apontavam seus dedos em direção as "bruxas" e as condenavam a fogueira alegando "purificação das almas". Dizem alguns historiadores que, na época, cada juiz sempre carregava consigo um exemplar do Malleus em seus julgamentos. Era sua segunda bíblia.

Torturas, sadismos e  verdadeiros atos de barbaridade foram cometidos na idade das trevas contra pessoas inocentes e, em especial, contra o feminino. E tudo isso, é verdade, em nome de uma cristã. A igreja não nega essas atrocidades. Até porque está na história e não tem como apagar. Mas ela também não se retrata publicamente assumindo sua mea culpa.

Mas, mesmo diante disso tudo, dessa brutalidade toda, a mulher não pereceu e lutou por seus direitos. Correu atrás do seu espaço como uma verdadeira guerreira que sempre foi (e sempre será). Venceu quase todos preconceitos. Contornou obstáculos. Quebrou grilhões feitos de paradigmas. Lutou até que a última lágrima de suor vertesse de seu rosto, e, por fim, num suspiro de alívio exalado de seu peito abafado ela venceu. Oito de março de 1975 ficou reconhecido como "O Dia Internacional da Mulher" por um decreto lei da ONU. E para quem ainda não sabe, ou se esqueceu como foi que isso aconteceu, bem, foi exatamente no dia 08 de março de 1957 quando um grupo de operárias de uma fábrica em Nova Iorque se reuniu para juntas reivindicarem a equiparação salarial com os homens e tratamento digno no ambiente de trabalho. A resposta foi imediata das autoridades patriarcais: "Repressão e violência contra todas elas". Todas as operárias foram trancafiadas dentro da fábrica e incineradas em seu interior. Estima-se que 130 tecelãs foram mortas carbonizadas. Essas heroínas serviram de exemplo e a Lei foi então criada para que nunca mais acontecesse tal atrocidade por abuso de poder.


Fatos como esse formaram manchas indeléveis na vida de cada família  que viveu o horror do momento. Criaram-se cicatrizes dentro de cada alma viva da época que jamais se apagarão. A tortura, seja ela psicológica ou física, é uma das piores atrocidades que o ser humano pode ter criado.

Mas a mulher finalmente deu o seu grito de liberdade. Pouco, é verdade. Até pelo que ela passou tempos atrás. Merecia ter conquistado muito mais do que conquistou. 
O presente (2012) mostra que o passado ensinou ao futuro uma dura lição. E que a violência jamais foi e jamais será uma forma educacional de se atingir o objetivo final. As mulheres ainda têm muito o que conquistar. E irão conquistar. Elas estão apenas descobrindo pouco a pouco um segredo muito antigo, tão antigo quanto a própria raça humana, que se esconde dentro delas mesmas. Uma força aguardando silenciosa e pacientemente ser requisitada e ressurgir das cinzas como a Ave Fênix. Esse segredo pode estar oculto bem lá no fundo do mais fundo dos buracos da alma humana. Guardado num passado onde exatamente tudo começou. 

Quem sabe uma bruxa possa ajudá-la  a desvendar esse enigma?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

INTELIGÊNCIA X SABEDORIA


"Quando um verdadeiro gênio aparece no mundo, é imediatamente reconhecido por este sinal: os medíocres se unem contra ele."(Jonathan Swift - escritor irlandês: "As Viagens de Gulliver")

Conheço pessoas que são inteligentes. São tão inteligentes que chegam ao ponto de decifrar enigmas que eu nem mesmo perco meu tempo em sequer tentar entendê-los. Outras pessoas, essas então, escrevem livros maravilhosos que prendem a minha, a nossa, atenção. Memorizam números como se fossem verdadeiros computadores humanos! Conheci uma vez uma garota que tinha a capacidade de memorizar os números dos registros dos médicos (CRM) associando-o ao nome do profissional. Quando recebia no laboratório (local onde trabalhava) algum pedido de exame, ela rapidamente memorizava o número e nome sem fazer força. Citava os números e o respectivos médicos e raramente errava um deles.
 

Pessoas assim são providas do que chamamos "inteligência natural",ou seja, elas têm a capacidade de guardar informações como se fossem verdadeiros computadores. 
E o que as difere daquelas pessoas ditas "sábias"? 
Ah-ha, um sutil e importante detalhe diferencia esses dois grupos de pessoas.
Pessoas sábias são, por natureza, pessoas inteligentes. Porém, pessoas inteligentes não necessariamente são consideradas pessoas sábias.
Sabedoria é um dom que nasce com a pessoa que a possui, independentemente de inteligência ou saber. Para se tornar uma pessoa inteligente existe centenas de possibilidades como: ler bastante, ouvir conselhos, treinar a mente com técnicas de aperfeiçoamento do raciocínio e memorização, nutrir hábitos sadios, conversar, estudar... isso só para se ter uma pequena ideia de como nossa mente pode ser "turbinada". Mas para se tornar um sábio..., aí a coisa muda completamente de foco.
 

Já ouvi dizer que "a experiência de vida torna a pessoa sábia". Ba-le-la! Conheço pessoas com o dobro da minha idade que de longe tem a sabedoria de uma pessoa mais jovem do que eles. Idade não é o passaporte da sabedoria. Idade é simplesmente envelhecer na vida. Existem pessoas que simplesmente passam na vida. Essas pessoas eu apelido de "mentes preguiçosas". Existem, porém, pessoas que aprendem com a vivência. E é esse último grupo de pessoas que então eu apelido de "pessoas sábias".
Sabedoria é um dom natural não conquistado.
Inteligência é um dom construído.
Quando um sábio procura a inteligência, ele então torna-se um ser único.
 
Uma vez o professor Albert Einstein disse: "a mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original". Sábias palavras de uma pessoa inteligentíssima. 

terça-feira, 10 de abril de 2012

RENASCER




















A única certeza da vida é a finitude. Todos nós, de alguma forma, e em algum dia da nossa vida, iremos morrer. E isso assusta, por mais certo que estejamos disso. Mas, e depois? Como é que fica?
Não fica...
Já tive uma experiência de quase morte, palavra também conhecida como E.Q.M. (experiência de quase norte), e posso garantir que não é nada agradável.
Mas morrer não é o tema que eu quero abordar aqui. O que quero é o que vem depois dele: o renascimento.
O que é renascer? Alguns dizem que é uma nova vida que ressurge após o término de uma vida anterior. Simples assim. Outros, porém, gostam de filosofar afirmando que o renascimento é a certeza de uma nova esperança, de novos tempos e de novas experiências pelas quais todos nós iremos repetir nessa nossa nova vida.
Sabe o que eu penso?
Eu penso que renascer é uma nova oportunidade que a gente tem para poder recomeçar do ponto de onde nós paramos. Uma espécie de boot do nosso espírito. Não é necessariamente como um "carma", como alguns acreditam existir. Eu não acredito em "carmas". Não posso aceitar simplesmente que temos um preço a se pagar no presente por algo que supostamente no passado nós cometemos de errado. Acho isso, no mínimo, injusto! Ter que pagar no presente por algo que a gente nem mesmo sabe se cometeu numa outra vida que ficou lá atrás... Sério?
Creio que renascer é ser gratificado com o maior de todos os presentes: a VIDA. É mais ou menos como colocar um par de óculos novo para poder enxergar melhor os nossos erros passados (dentro dessa mesma vida), para não os cometermos novamente no presente sem ter que pagar um preço salgado por eles. 
Uma nova oportunidade? Sim, uma nova chance.
Renascer é deixar para trás algumas arestas que foram mal podadas. É olhar para nosso próprio reflexo no espelho sorrindo por estar ali olhando de volta para nós mesmos. Olha eu ali.
Pois é... eu renasci de verdade. Tive novamente aquela rara oportunidade que poucas pessoas têm para consertar (ainda mais) aquilo que eu fiz errado, e, quem sabe, dessa vez acertar nas minhas escolhas e decisões. Rever os conceitos. Tomar mais atitudes, talvez (ou menos atitudes em alguns casos). Renovar as amizades e fortalecer as que sobreviveram - ou as que realmente mereçam minha preocupação - como eu sobrevivi. Isso, obviamente, sem medo de errar de novo.
Se eu errar? Bom, ao menos eu voltei para tentar de novo.
Vai saber?