Você sabia que...

"O ator usa a mentira para expressar a verdade. O político usa a mentira para esconder a verdade."







sábado, 28 de abril de 2012

ESCREVENDO...








Escrevo linhas que talvez uma multidão de ninguém as leia. Escrevo pensamentos para milhares de sem nomes, pessoas que não conheço - alguns poucos, bem poucos, eu até conheço - e que passarão seus olhos curiosos por essas linhas devorando-as como se degustassem um sorvete num dia frio ao final de uma tarde chuvosa. Escrevo livros que nunca serão Best-Sellers e que sei jamais serão publicados. "Jamais" é uma palavra forte, eu entendo isso, que muitas vezes nasce em nossa cabeça e se expressa através da nossa fala. Então, vamos combinar que talvez, algum dia talvez, numa loucura  minha ou sorte do acaso, eu venha então a publicá-los. Tudo é inevitavelmente possível. Ou não.

Então, por que escrevo?

Escrevo pelo simples prazer de escrever. É de fato muito prazeroso escrever. Divagar sobre coisas interessantes da vida. Deixar fluir o pensamento livre. Isso, por incrível que possa parecer, me relaxa e me diverte, além de exercitar minha mente preguiçosa. Escrevo dando as asas da criação à um pássaro chamado ideia que se aninha dentro do meu pensamento louco para voar.  Eu tenho que deixá-lo voar algumas vezes.

Escrever é um dom natural que só floresce na pessoa que descobre que pode e que gosta de fazê-lo. Ler é o combustível necessário que precede a escrita. Bons escritores são bons leitores afinal.

É estranho e ao mesmo tempo curioso sentar-se em frente a uma tela de computador e conversar consigo mesmo(a). Às vezes em silêncio. Às vezes acompanhado de um sussurro. Esse gesto aparentemente bizarro que descrevi é comumente conhecido como "escrita". 

Escrever é abrir a mente a possibilidades. Trazer o infinito até você. É unir o mundo fictício (imaginário) ao mundo real, onde as possibilidades são efêmeras se comparadas ao mundo criativo. Escrevendo a gente muda conceitos, cria pensamentos, aguça sentimentos e desperta a inteligência lógica do raciocínio. A escrita é a compilação dos pensamentos. É o preto no branco. Uma carta, seja ela dissertada num pedaço de papel ou digitada nas frias teclas do computador, leva consigo os sentimentos que fluíram da mente do criador(a) para um objeto (papel ou tela) através dos seus dedos. Dedos calejados, finos, grossos, macios ou rígidos... não importa. O que importa é o conteúdo posto e a intenção, a ideia final. 

Escrevendo tornamos nossas ideias imortais. Aliás, dizem que uma pessoa se torna imortal quando eterniza seu nome em telas, livros, atitudes, monumentos ou edifícios. O(A) imortal será sempre lembrado(a) mesmo se passado séculos e mais séculos. Seja ela boa ou má.

Se você tem uma ideia, escreva-a. Vai que o que você acha simples ou bobo pode ser um possível Best-Seller guardado esperando que você lhe dê asas para enfim poder voar alto com um pássaro feliz.  


terça-feira, 24 de abril de 2012

O QUE É A RELIGIÃO AFINAL?


"O maior de todos os prazeres é a ilusão"




Certa vez me perguntaram qual era a minha religião. Eu pensei comigo: "Pra que serve a religião? Por que temos que ter uma religião?" Então respondi: "Não tenho uma religião; não preciso dela".
Segundo o pai dos burros (dicionário), religião deriva do latim "religare" que significa ligar algo supostamente perdido a outro. No caso de algumas religiões patriarcais, a união do homem ao seu criador(a). 
Eu prefiro a explicação contundente de K. Marx et F. Engel, datada do século XIX, em "Sur la religion", que diz o seguinte: 

"Foi o homem que criou a religião e não a religião quem fez o homem. A religião é a consciência de si e o sentimento de si, que possui o homem que ainda não se encontrou ou que se tornou a perder. A religião  não passa de um sol ilusório que gravita em volta do homem enquanto o homem não gravita em volta de si próprio."

No meu entender, a religião funciona mais ou menos como um freio moral que coíbe as pessoas de fazerem mais besteiras do que fazem. Pessoas assim precisam de algo que as diga o tempo todo "é assim que se deve fazer" ou "isso pode e isso não pode". Verdadeiras mentes preguiçosas que necessitam de Leis e regras para terem suas decisões controladas e o seu futuro mantido impoluto.  
Se nos atentarmos ao fato, a maioria das religiões usa o fator medo (atribuindo-o ao pecado) para acionar o freio moral dos seus seguidores. Sim, claro, pois se o suposto seguidor fizer algo que vá de encontro a moral e as leis que a sua religião atribui, ele será punido por seu deus por isso... Simples, prático e eficaz.

O que é a religião afinal? Um conjunto de ideias ardilosamente criadas para controlar as pessoas? Ou uma forma de inibir o lado perverso do ser humano? Talvez um maniqueísmo, onde temos sempre o bem contra o mal? Seja o que for, cara..., essa coisa funciona pra caramba! Como a religião controla a mente das pessoas! E não são poucas. O mais interessante de tudo isso é que as pessoas nem ousam questionar as regras criadas no jogo da fé.

Uma vez eu li que "um dos modos mais eficazes de destruição de uma cultura consiste em destruir a confiança em seus curandeiros e líderes espirituais. Quando esses dois papéis são insidiosamente enfraquecidos, as pessoas ficam desmoralizadas. Seu modo de vida desintegra-se e elas são mais facilmente assimiladas no sistema de valores das forças invasoras, sejam elas políticas ou eclesiásticas." Talvez todo esse belicismo que há entre algumas forças religiosas que conheço tenha nascido sobre nesse pensamento. Talvez tenha acontecido quando a parte vencida se negara a aceitar as novas regras impostas pelo opressor e ela mesmo tenha criado suas próprias regras.

Discutir religião é mexer com teses, factoides, tabus, pensamentos, credos e vai por aí. Enquanto a maioria das mentes das pessoas estiverem presas a esse paradigma, não se é possível discutir religião. Também, para que discutir religião? Cada um tem o direito de acreditar no que quiser, desde que não tente impor aos outros aquilo que acredita. O respeito às diversidades é o princípio da igualdade entre pessoas sensatas. 
É, eu acho que da próxima vez em que me perguntarem se tenho alguma religião, talvez eu responda dessa vez: "Eu respeito todas as crenças que me respeitam e respeitam o individualismo das outras pessoas". Essa talvez seja a melhor resposta para uma pergunta que não tem nenhum propósito em si.
Mas então, e você, qual a sua religião?